Dialeto caipira

18/07/2009

Amadeu Ataliba Arruda Amaral Leite Penteado foi um poeta, folclorista, filólogo e ensaísta paulista nascido em Capivari. Sucedeu Olavo Bilac na cadeira número 15 da Academia Brasileira de Letras. Amadeu Amaral foi o primeiro brasileiro a estudar cientificamente um dialeto regional, tendo publicado o livro O dialeto caipira em 1920. O autor trata do falar caipira do interior paulista, tema relevante em tempo e espaço para um melhor entendimento das origens históricas da música caipira. Era primo de Cornélio Pires.

Moda inviolada

09/07/2009

Livro bonito — por dentro e por fora — de autoria de Walter de Sousa, jornalista paulista de Mogi das Cruzes. O autor divide sua história da música caipira em três partes. A primeira delas trata de suas veredas folclóricas e, segundo o autor, sua “intenção foi localizar as bases do que seria depois, com o início das gravações fonográficas, a música caipira”. A segunda parte, intitulada música popular, parte da semana dos modernistas e passa pelas primeiras gravações, abarcando os anos 30 e 40. O autor “tenta dar uma visão geral do tipo de música feito sob a ingenuidade de tempos em que os meios de comunicação de massa ainda não eram movidos pela ideologia do consumo”. A última parte, música de massa, aborda as transformações sofridas a partir dos anos 50.

Moda inviolada

Moda inviolada

SOUSA, Walter. Moda inviolada: uma história da música caipira. São Paulo: Quiron, 2005.

São reproduzidos abaixo as tríades próprias (ou tríades diatônicas) da tonalidade Dó maior.

Tríades próprias da escala de dó maior

Tríades próprias da escala de dó maior

Na formação dos acordes no braço da viola, torna-se necessário duplicar algumas notas das tríades. Sempre que possível, deve-se duplicar aquelas notas mais características do acorde: como primeira opção, a própria fundamental; como segunda opção a quinta justa. Deve-se evitar a duplicação da terça ou fazê-lo apenas sob necessidades especiais, pois ela já possui um papel destacado na definição do acorde como maior ou menor (SCHOENBERG, p. 81.).  Segundo Chediak, o dobramento da terça enfraquece o acorde (CHEDIAK, p.78).

OBS. Para maior rigor, deve-se lembrar que na viola todas as notas já são duplicadas em oitavas ou uníssonos nos seus pares de cordas. Assim, uma duplicação de nota do acorde significa realmente que tal nota será tocada em quatro cordas.

Duplicando-se convenientemente algumas notas, os acordes próprios de Dó maior são representados abaixo em pauta musical, em conformidade com as ilustrações seguintes que representam os mesmos acordes no braço da viola.

Acordes próprios de Dó maior

Acordes próprios de Dó maior

I Grau: C (Dó maior)

I Grau: C (Dó maior)

II Grau: Dm

II Grau: Dm

III Grau: Em

III Grau: Em

IV Grau: F

IV Grau: F

V Grau: G

V Grau: G

VI Grau: Am

VI Grau: Am

VII Grau: Bº

VII Grau: Bº

Referências:

CHEDIAK, Almir. Harmonia & improvisação I: 70 músicas harmonizadas e analisadas. Rio de Janeiro: Lumiar, 1986.

SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

Os acordes próprios de uma escala são aqueles construídos somente com as próprias notas da escala diatônica maior ou menor. São comumente referenciados como tríades diatônicas. A figura seguinte ilustra a escala de dó maior e suas tríades próprias. Observe que, para compor as tríades, as notas acrescentadas “sobre” cada nota da escala são as próprias notas da escala — nenhuma nota estranha à escala de dó maior.

Tríades próprias da escala de dó maior

Tríades próprias da escala de dó maior

É adequado é que cada uma das tríades próprias seja referenciada pelo grau correspondente da escala:

  • I = C
  • II = Dm
  • III = Em
  • IV = F
  • V = G
  • VI = Am
  • VII = Bº (B dim).

Segundo Schoenberg, existe uma importante diferença a ser destacada:

[…] a tríade sobre o primeiro grau é, verdadeiramente, uma tríade maior, pois é ela que dá nome ao tom maior correspondente. As outras duas, construídas sobre os graus IV e V, também são chamadas, habitualmente de tríades maiores, e, neste sentido, fala-se de tríade de Fá-Maior ou de Sol-Maior. Porém, isto é, propriamente, falso e origina confusões. Em Dó-maior só há uma tríade passível de levar o nome de tríade maior: a construída sobre o I grau. As outras duas, IV e V graus, não deveriam jamais ser chamadas de Fá-Maior ou Sol-Maior, pois poderiam induzir ao erro de imaginar que se trata da tonalidade de Fá-Maior ou Sol-Maior. Da mesm maneira, é falso denominar as tríades construídas sobre os graus I, II e VI de, respectivamente, tríades de “Ré-menor“, “Mi-menor” e “Lá-menor“.  (SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Editora UNESP, 2001, p. 76.)

Algumas citações de mestres acerca de harmônicos e acordes… (As referências encontram-se logo abaixo.)

Um som musical não se constitui de apenas uma nota. Juntamente com o som principal soam sons secundários, bem fracos e imperceptíveis. O som principal é chamado som fundamental e os sons que o acompanham são os sons harmônicos (ou concomitantes, ou complementares).

Uma corda, ao vibrar em toda a sua extensão, produz uma determinada nota. Enquanto a corda vibra por inteiro, simultaneamente, ela vibra também dividindo-se em duas metades, produzindo um som uma oitava acima da nota original. Além da vibração da corda por inteiro e em duas metades, ela vibra também, simultaneamente, dividindo-se em terços, em quartos, em quintos, etc., produzindo as vibrações secundárias. (MED, p.92)

Série harmônica é o conjunto de sons que acompanham um som fundamental (som gerador, som principal). (MED, p.93)

Ver também o artigo relacionado da Wikipédia, intitulado Série harmônica (música).

Na sucessão dos harmônicos superiores, […] surge, depois de alguns sons mais facilmente perceptíveis, um certo número de harmônicos mais débeis. Os primeiros são, sem dúvida, mais familiares ao ouvido, enquanto os últimos, dificilmente audíveis, soam inusitados. Com outras palavras: os mais próximos parecem contribuir mais, ou de maneira mais perceptível, ao fenômeno total do som, ao som como uma eufonia, capaz de arte; ao passo que os mais distantes parecem contribuir menos, ou de forma menos perceptível. (SCHOENBERG, p.58)

Se a escala é a imitação do som horizontalmente, em sucessão, os acordes são a imitação vertical, simultânea. A escala é a análise do som, assim como o acorde é a síntese. Exige-se de um acorde que conste de três sons diferentes. O acorde mais simples, evidentemente, é aquele que melhor se assemelha aos efeitos mais elementares e nítidos do som, ou seja: a tríade maior constituída pela fundamental, pela terça maior e pela quinta justa. Este acorde imita a eufonia do som, reforçando os harmônicos mais próximos e deixando de fora os mais distantes. (SCHOENBERG, p.67)

Referências:

MED, Bohumil. Teoria da música. 4a. ed. Brasília: MusiMed, 1996.

SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Editora UNESP, 2001.